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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 1245-1

1245-1

CARACTERIZAÇÃO DAS AMOSTRAS ENVIADAS PARA O DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA TUBERCULOSE ANIMAL POR MEIO DE PCR E CULTIVO BACTERIANO NO LABORATÓRIO DE BIOLOGIA MOLECULAR DO IPVDF

Autores:
Rafaella Cristina Rocha Morais (SEAPI - Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e ) ; Gabriela Prestes Ramos (SEAPI - Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e ) ; Flávio Silveira (SEAPI - Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e ) ; Bruno Dall'agnol (SEAPI - Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e ) ; Angelica Cavalheiro Bertagnolli (SEAPI - Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e ) ; Fabiana Quoos Mayer (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Cristine Cerva (SEAPI - Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e )

Resumo:
O Mycobacterium bovis pertence ao Complexo Mycobacterium tuberculosis, se caracteriza pela alta virulência, patogenicidade e poder zoonótico e é o agente causador da tuberculose bovina (BTB). A BTB afeta principalmente bovinos e bubalinos, mas pode infectar muitos outros mamíferos, inclusive humanos. O diagnóstico da doença é baseado em um conjunto de técnicas microbiológicas e moleculares. Desde 2019 o Laboratório de Biologia Molecular (LBM) do Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Saúde Animal Desidério Finamor (IPVDF) da Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul tem realizado o diagnóstico laboratorial da tuberculose animal. Este trabalho tem como objetivo caracterizar as amostras encaminhadas ao diagnóstico laboratorial da tuberculose por meio do cultivo bacteriano e PCR entre 2019 a 2022. As amostras encaminhadas ao LBM são fragmentos de órgãos provenientes de coletas em abatedouros estaduais. O diagnóstico se inicia com a extração de DNA para realização da PCR de triagem para pesquisa de M. bovis. As amostras positivas na prova molecular são consideradas positivas. As amostras negativas na triagem são inoculadas em dois meios de cultura: Stonebrink (SB) e Löwenstein-Jensen (LJ). Os cultivos são monitorados semanalmente quanto ao aparecimento de colônias típicas de Mycobacterium sp. por até 90 dias. Colônias compatíveis com a morfologia descrita em literatura são coletadas e seu DNA extraído para confirmação de M. bovis pela PCR de identificação. Neste período de 3 anos foram recebidas 809 amostras de 332 animais, das quais 515 (63,65%) eram fragmentos de linfonodos, 129 (15,94%) de pulmão, 43 (48,31%) de fígado, 29 (3,58%) de baço, 16 (1,97%) de rim e 77 (9,51%) de outros órgãos. Duzentos e trinta e nove (29,54%) das amostras recebidas apresentavam lesões nodulares com aspecto caseoso típico de tuberculose bovina e 568 (70,21%) não apresentavam lesões. Em relação aos animais diagnosticados com tuberculose, 40% foram positivos na PCR de triagem e 18% foram positivos no isolamento bacteriano (IB). Do total de 332 animais, 15 (4,5%) apresentavam lesões de tuberculose, porém foram negativos para Mycobacterium sp. tanto na PCR de triagem quanto no IB. Do total de animais, 133 foram positivos para M. bovis na PCR de triagem e 199 foram negativos. Destes últimos, 57 foram positivos no IB, confirmados pela PCR de identificação como M. bovis, 3 confirmados como M. Avium e 139 foram negativos. No período de incubação bacteriana foram registradas as diferenças do crescimento das colônias em relação aos meios de cultura (SB e LJ). Observou-se que 32 (53%) animais demonstraram crescimento bacteriano em ambos os meios, 24 (40%) apenas em SB e 4 (7%) apenas em LJ. Conclui-se com os dados acima que a maior parte dos animais positivos foram detectados na PCR de triagem demonstrando que o método molecular é eficiente, agiliza o diagnóstico, pois fornece um resultado rápido já que o IB tem a duração de 90 dias de incubação das amostras. Além disso, ressalta-se a importância da utilização de dois meios na cultura, pois pode haver cepas bacterianas com predileção por um dos meios, como foi observado neste levantamento. Também se verificou que uma pequena porcentagem dos animais com lesões características de tuberculose foram negativos. Então se acredita que seria necessário diagnóstico diferencial desta doença, já que outros agentes podem causar lesão granulomatosa semelhante à tuberculose como outras bacterias e alguns fungos.

Palavras-chave:
 Mycobacterium bovis, tuberculose animal, PCR, Isolamento Bacteriano


Agência de fomento:
Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação